Enecult: Minc participa de debate sobre novo momento da cultura no Brasil

Enecult: Minc participa de debate sobre novo momento da cultura no Brasil

Realizado em Salvador até 25 de agosto, evento é voltado a estudantes, pesquisadores, artistas, gestores, entre outros trabalhadores da cultura,

Referência no debate e produção de conhecimento sobre cultura no Brasil, começou nesta quarta-feira (23), em Salvador (BA), o 19° Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Enecult) – Culturas para o novo Brasil. Com apoio do Ministério da Cultura (MinC), o evento tem ampla participação de gestores e especialistas da pasta nas rodas de conversa. Aberto ao público, o encontro está sendo transmitido ao vivo e vai até sexta-feira (25).

O secretário-executivo do MinC, Márcio Tavares, explica que o Enecult consolidou-se nas últimas décadas como um dos principais espaços para debate sobre o papel da cultura como elemento central de um projeto democrático de desenvolvimento para o país. “As culturas para um novo Brasil emergem dessa atuação conjunta entre gestores, produção acadêmica, valorização dos saberes tradicionais e valorização dos fazedores e fazedoras de cultura”.
Márcio participou da mesa Democracia e Disputas Ideológicas no Campo da Cultura. Ao falar sobre os impactos dos retrocessos sofridos pelo setor cultural, o secretário destacou a importância da memória deste último período. “Precisamos, ainda, refletir e produzir muitos debates críticos que demonstrem como essa engenharia funcionou no Brasil dos últimos anos. Temos o dever de deixar para as futuras gerações um legado de memória e massa crítica que não permita dúvidas do enorme retrocesso que esses agentes promoveram no Brasil”.

“É preciso marcar claramente que havia um objetivo e um projeto de guerra cultural. A guerra cultural significa construir uma sociedade para poucos privilegiados, ricos, brancos, heterossexuais, esses são os que detém o privilégio e o monopólio da atuação e da subjetividade expressa publicamente. Todos os demais são massacrados, são levados à opressão”, avalia.

O coordenador da mesa, Albino Rubim, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), disse que é preciso pensar também na democratização da cultura. “Nós não acreditamos que podemos pensar na cultura e em políticas culturais, se não pensarmos na questão da cultura democrática e no profundo déficit de cultura democrática que existe nesse país”.

Abertura

Convidada da mesa inaugural do encontro, a presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella, disse que os debates estimulados no Enecult produzirão ricas contribuições no esforço coletivo de união e reconstrução. “Um legado que reúne informações, dados, análises, conceitos, metodologias, estratégias, que influenciaram e seguem influenciando modos de compreender e construir políticas que procuram materializar os direitos culturais assegurados por nossa Constituição”.

Também representam o MinC ao longo da programação do 19º Enecult, o secretário de Formação, Livro e Leitura (Sefli), Fabiano Piúba; a secretária dos Comitês de Cultura (SCC), Roberta Martins; o assessor especial do MinC, Carlos Paiva; a diretora de Processos Museais do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Mirela Araújo; o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) da Bahia, Hermano Queiroz; e o presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues;

Enecult

Voltado a estudantes, pesquisadores, artistas, gestores, entre outros trabalhadores da cultura, o Enecult busca contribuir para que as culturas estejam comprometidas com a superação de todo tipo de autoritarismos, privilégios, ódios e violências. Com a promoção da igualdade, diversidade e pluralidade e com a reconstrução democrática do país.

A 19ª edição do encontro é realizada pelo Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Cult), que integra o Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC) da Universidade Federal da Bahia, em parceria com a Edufba e o Goethe-Institut Salvador-Bahia. O MinC e a Secretaria de Cultura da Bahia também apoiam a iniciativa.

Em duas décadas de história, o Enecult possibilitou, entre 2004 e 2022, a apresentação de mais de cinco mil trabalhos em diferentes eixos temáticos; 240 palestras nacionais e 58 internacionais e o lançamento de 200 livros de autores de todo o país.

Foto: Audiovisual MinC